quinta-feira, 21 de julho de 2011

De que país eu sou então?


Quando eu tinha 6 anos fui chamar minha amiga para brincar. 
Ao chegar na casa dela me deparei com o príncipe encantado dos meus filmes da Disney.
Sentado no balanço ele me deu um sorriso banguela.
E sabe o que eu fiz? Eu sai correndo, literalmente.
Imagina só como é para uma criança de 8 anos ver o cara do desenho animado ali na frente dela, sorrindo?
Assustador.
Corri que nem uma louca. Só que não foi bem nesse momento que eu pude desistir da minha primeira paixão.
Mas eu bem que tentei, já sabendo que era pá furada.
E foi mas ou menos por ai, que eu percebi que eu podia desistir das coisas.

Eu desisti de ter o cabelo da cor natural.
Desisti de ter o cabelo verde.
Desisti das bonecas.
Desisti dos meninos.
Desisti de ser freira.
Desisti de desistir dos meninos.
Desisti de alguns amigos.
Desisti de alguns amores.
Desisti de algumas roupas.
Desisti de ser cantora de uma banda de rock.
Desisti de cantar.

Eu desisti de várias coisas, para poder começar outras.
Dessas outras, em algumas eu persisti, em outras não. 
Eu tenho o direito de errar e acertar, mas para isso algumas vezes é preciso tentar.
No começo eu pensei que eu fosse tronxa. Afinal, se todo mundo por aqui não desiste nunca, deve ter algo muito errado comigo. Mas ai eu vi que tronxa é essa ideia de ter que persistir em tudo.
Eu sou brasileira e desisto quantas vezes eu quiser.

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