quarta-feira, 27 de abril de 2011

Pois é...

"Você nunca teve essa sensação de que se você não mudar sua vida urgentemente você explode?" Frase no filme "Apenas o Fim". (E pra mim a grande justificativa do filme inteiro)


-Como assim APENAS? 


O fim é grande, é marcante. 
O fim é quando acaba!
Mas não acaba no fim. 
Acaba depois.
Depois de todas as lágrimas. Noites mal dormidas. Cama vazia. Pessoas parecidas. Sábados sozinho. Desilusões. Telefone calado. Coração apertado. Depois de uma dor que grita, machuca e fode seus sentimentos.


O fim apenas começa a acabar, ou então diz que sim pro que já vinha acabando. Mas é apenas o fim, porque é apenas a parte ruim de toda a coisa boa que aconteceu. Ou como diz no próprio filme: "Isso é só fim. O que realmente importa já foi feito. A gente já teve nossos momentos especiais. E é isso que importa no fim. Ter alguma coisa pra lembrar. Alguma coisa pra nunca esquecer. Uma coisa que não tem fim."


Só que acontece mais uma coisa muito importante quando acaba isso tudo. Começa...

terça-feira, 19 de abril de 2011

Falta.



Faz frio hoje.
Mas costuma ser quente.

Casacos não protegem o corpo.
Cigarros não esquentam a boca.
Botas não aquecem os pés.
Panos e panos por cima. 
E ainda assim faz frio.

Tudo quieto. Vago. Calmo.
Apenas o silêncio calado assovia um vento.

O problema não é o frio.
Pois nenhum copo de vodca fez verão.


É mais um dia que ela faz inverno. 
É mais um dia que ela faz... 
É mais um dia que... 
É mais um dia...
É mais um...
É mais...
É.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Em casa de botão não entra zíper.


Não dá.
Não cabe.
Nem apertando.
Talvez fique folgado demais.
Talvez eu até sambe dentro de você.
Me desculpe, mas seu coração é muito grande.
E eu preciso de um lugar só para mim.





quinta-feira, 14 de abril de 2011

Do lado de dentro.



Um belo dia ela acordou e viu que tinha alguém do seu lado.
Com um sorriso de ponta a ponta, esse alguém transformou o bom dia em um beijo na testa.
E o dia ficou acontecendo por alguns minutos.
O cara do andar de cima furava a parede.
Os carros na rua buzinavam.
A chuva lavava o mundo.
O telefone na sala tocava.
Em algum lugar alguém acendia um cigarro.
Em outro alguém batia o recorde de palavras lançadas ao vento.
E ali dentro do quarto, mais precisamente em cima da cama, o tempo parou.
Ninguém prestou atenção no tic tac do relógio.
Só ali, agora e aqui.