segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O cheiro das coisas.

Não sei se com todo mundo é assim, mas meu humor anda junto com os cheiros das pessoas ao meu redor. Adoro ônibus de manhã, quando todo mundo está limpinho e cheirosinho. Passar por vários cheiros diferentes é como andar no meio de uma orquestra. É claro que tem gente que usa uns perfumes que eu não gosto, mas às vezes a orquestra desafina.
Eu gosto de ver se o cheiro combina com a pessoa também. Lembro que tinha uma professora minha do ensino médio que cheirava a talco. Gente  era só sentir o talco no ar que era sinal de que ela estava por perto, se ela não cheirasse a talco ia ser um perfume bem amadeirado tenho certeza. Combinava com aquele jeito de quem cuida de gatos que ela tinha. Por isso me desculpem os bebês, mas quando eu sinto cheiro de talco eu não me lembro de vocês, infelizmente.
Gosto do cheiro das pessoas que me acompanham, ou pelo menos da maioria. De lembrar delas, assim, do nada quando passa um desconhecido por mim com o mesmo perfume. 
Gosto também do cheiro diferente que fica em cada pessoa quando o perfume se mistura com o cheiro da pele dela.
No final o perfume acaba se parecendo com uma carta antiga que você acha no meio de seus cadernos, trás um monte de lembranças que te tomam como num abraço.


Ps: Existem cheiros ruins também, como aquele de um ônibus lotado na volta do trabalho pra casa. Mas essas cartas são que nem as cobranças do banco. Eu prefiro nem abrir.

Ps2: A imagem do post é do filme Perfume, a História de um assassino, que é bem legal

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